Para evitar doenças se tem por certo o rumo a ser seguido: ficar longe dos excessos e buscar uma vida equilibrada. Mas para ter saúde o caminho parece mais amplo e a receita mais interessante. Uma dieta rica e colorida, aliada a exercícios físicos regulares e uma vida afetiva e social gratificante ajudam em muito. Em síntese, ser feliz parece ser a receita que leva à plena saúde e à longevidade. Para os solitários tristes e agoniados em geral a prescrição pode parecer impossível: a vida lhes pesa e oprime. Como se consegue ser feliz?
Pesquisas científicas, após seguirem rigoroso percurso pelos complexos meandros dos métodos, estão apontando o óbvio: a felicidade é essencial para a saúde e – a boa notícia – ela depende de uma condição interior. São mais felizes as pessoas que se mantém enamoradas. Isso nada tem a ver com estar só ou acompanhado; com estar namorando, amando ou vivendo com alguém. Os namorados e os amantes estão felizes e permanecerão neste magnífico estado enquanto brilharem as ilusões do fascínio, os ardores da paixão. Enamorar-se de alguém é maravilhoso, mas muitas vezes resulta transitório e culmina com um final decepcionante. Por mais que uma paixão encante ou adoce, sua intensidade diminui e se transforma com o passar do tempo. O caminho do amor romântico parece um tortuoso percurso que culmina em apenas duas alternativas: ou morrer, quando se apaga a faiscante chama das ilusões do encantamento inicial, ou se transformar numa relação com novos significados.
O enamoramento que leva à felicidade mais duradoura é algo amplo e transcendente. São felizes aqueles que se mantém enamorados pela vida, por cada dia, por cada momento. Esse estado de amor faz com que o corpo funcione bem, que o coração se mantenha firme, forte e que a mente visualize positivamente as diferentes situações do cotidiano. Esta atitude resulta num sentimento de bem estar sereno e profundo, condição capaz de levar o corpo a um estado de vigor e vitalidade.
Namorar é fundamental, sim, mas namorar a vida, acima de todas as demais paixões – pois elas passam, como tudo passa e sempre passará. Essa atitude de enamoramento definitiva, permanente e transformadora é revolucionária a nível pessoal. E, melhor de tudo, não depende de pessoa ou coisa alguma: jovens e velhos, ricos e pobres, solitários e bem acompanhados, todos – indiscriminadamente – podem ser felizes. Utopia? Mito? Pois teste você mesmo: instaure na sua mente uma disposição positiva, se determine a ser feliz – independente das circunstâncias atuais. Enamore-se de sua existência. Teime, insista, não desista de namorar sua vida, de se encantar com cada dia, de se sentir feliz e observe os resultados após algum tempo.
Publicada Jornal Agora 11/06/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário