quarta-feira, 30 de junho de 2010

Origem do Movimento Teosófico no Brasil

     O blog  http://www.riograndeteosofia.com/ publica  hoje artigo com o título "Origem do Movimento Teosófico no Brasil", de autoria de Carlos Cardoso Aveline.  A sua leitura atenta do texto oferece uma visão mais ampla do percurso histórico da teosofia. Interessante ressaltar  a informação nele contida de que foi nesta região do extremo sul do Brasil, na cidade de Pelotas, que em 29 de julho de 1902 foi fundada a primeira loja teosófica brasileira - loja Dharmah.  Ressurgir e fortalecer o movimento pensamento teosófico é a missão do http://www.riograndeteosofia.com/.
    

domingo, 27 de junho de 2010

AVASSALADORES ENTUSIASMOS





     Poucas coisas são tão traiçoeiras como os entusiasmos: eles detonam poderosos estímulos orgânicos, mexem com a sofisticada química cerebral; atiçam vontades, cegam, ensurdecem, emudecem, entorpecem... Importa pouco o motivo que detona a elétrica tempestade, o impulso das paixões é avassalador. O excesso de entusiasmo provoca um abalo sísmico no corpo todo, deixando o coração aos pulos, a respiração ofegante, o cérebro atrapalhado e o pensamento confuso.

     A intensidade do bombardeio emocional absorve e domina todos os sentidos, por isto a expressão que mais se ajusta a seus efeitos é a palavra avassaladora: que avassala, faz da pessoa um vassalo, um servo. Sob efeito de forte emoção, se pode ir do ridículo ao cometimento de desvarios e até a prática de crimes.

     A provisória loucura pode ser provocada por um amor que se revele grande, capaz de sobreviver à avidez dos impulsos; mas também pode ser detonada por coisa qualquer: um objeto que se deseje comprar, um negócio que se deseja concluir, um jogo de futebol, a disputa de um campeonato. E lá se vai fora toda a razão, com sua capacidade de pesar, medir e ponderar. Perde-se o raciocínio, deixa-se de lado a inteligência. O cérebro fica aprisionado, torna-se presa das emoções quando está sob efeito da química da paixão, com febre de entusiasmo.

     No caso do futebol, quando se observa as ruidosas manifestações de torcedores – cada vez mais barulhentos – dá para perceber que o ruído incentiva ainda mais a tensão e exalta os ânimos, retroalimentando o processo. Pessoas normalmente pacatas podem se alterar completamente, demonstrando excitação que lhes seja incomum. Há uma sensação de prazer em desfrutar tanta euforia, soltar gritos que avançam quarteirões e riscar o céu com rojões. O extravasar explosivo das emoções resulta para uns em descarga da tensão, mas para muitos apenas reforça o processo, deixando a pessoa ainda mais entusiasmada. Os riscos deste tipo de excesso relativamente à Copa do Mundo já foi alvo de pesquisas médicas na Alemanha e agora está sendo estudado no Brasil, em vários hospitais, para avaliar a hipótese de aumento de urgências cardiológicas. Talvez em breve o Ministério da Saúde precise lançar uma advertência semelhante à existente para cigarros e bebidas, alertando: evite o excesso de entusiasmos em sua torcida, proteja seu coração.

     Como a aceleração cardíaca limita a capacidade de raciocínio, acarreta também um efeito semelhante ao da embriaguez. Pode-se falar de uma embriaguez sem álcool, que compromete a capacidade de dirigir, por isto se vê tantos excessos ao volante ao final de jogos de futebol.

     Acima dos riscos imediatos citados, o mais importante pode ser refletir se controlamos nossas emoções ou se são elas que nos controlam? Seremos vassalos ou senhores de nossos entusiasmos?

     Nota final: convido os leitores a visitarem a página http://www.riograndeteosofia.com/. Ali encontrarão textos de filosofia clássica e de teosofia.
publicada Jornal Agora - Caderno Mulher
26jun2010

sábado, 19 de junho de 2010

O Exemplo de Aung San Suu Kyi

         Foi incluida neste sábado, 19 de junho, no site http://www.riograndeteosofia.com/ um artigo de Carlos Cardoso Aveline entitulado "O Exemplo de Aung San Suu Kyi" - Algumas Lições de Desapego na Caminhada.
         Aung San Suu Kyi, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991. Ela aniversaria nesta data, na prisão domiciliar em que vive desde 1980, na Birmânia. 
         A autora de "Viver Sem Medo" (ed.Campos, RJ, 1992) traça a relação entre corrupção e medo: “Não é o poder que corrompe. É o medo. O medo de perder o poder corrompe aqueles que o detêm, e o medo de ser oprimido pelo poder corrompe os que a ele estão sujeitos.” (p. 145) 
        Que o exemplo de luta e resistência pacífica de Aung San Suu Kyi se multiplique em pensamentos positivos, que sua obra seja mais lida e suas idéias frutifiquem em outras mentes e outros corações.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A intensa dor da felicidade

       Nesses dias de ebulição coletiva em função da Copa do Mundo, é pertinente refletir sobre a vida.
A exaltação excessiva diante dos jogos pode provocar emergências cardiovasculares, como revelado em 2006, numa pesquisa feita na Alemanha. O assunto é importante e está sendo agora pesquisado em 17 hospitais brasileiros, dentre os quais o Clinicas de Porto Alegre.  
      A comoção social estimulada pela mídia leva a um estado de transe coletivo, no qual parece que a vida é a copa do mundo e a felicidade está ao alcance de um chute, de um lance, de uma taça.
     Pois que se pense sobre a felicidade e sobre a vida.   O site http://www.riograndeteosofia.com/ incluiu hoje uma interessante carta do filosofo cearense Farias Brito relatando a intensa dor da felicidade suprema, que é algo transcendente, espiritual.    Para acessa-la clique no endereço que segue:

http://www.riograndeteosofia.com/2010/06/intensa-dor-da-felicidade-suprema.html

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A ALQUIMIA DO AMOR

Talvez seja errado pensar que o amor, em si mesmo, produz felicidade.
Na verdade, o amor produz altruísmo.
A prática do altruísmo é que produz felicidade.
Em quaisquer relações humanas,
quando cada um se preocupa
com a satisfação das necessidades do outro,
 há plenitude e bem-estar.
Carlos Cardoso Aveline *


        A alquimia do amor é uma química oculta, ainda que a ciência decifre alguns de seus percursos, permanecem os mistérios. Faz parte da magia da vida.

       Há, sim, uma magia, um encanto químico-energético que atrai, aproxima e une as pessoas. As faíscas geradas no momento inicial da relação deixam de acontecer com o fluir do tempo por um esgotamento orgânico, por uma acomodação química cerebral. É o que dizem as pesquisas atuais de neurociências, informando que as pessoas que sentem necessidade de sentir essa forma de estimulação prazerosa precisam recorrer a novos amores, capazes de detonar o mesmo abalo sísmico no cérebro. Tornam-se dependentes de paixões efêmeras de modo muito semelhante a qualquer outra forma de dependência química.

    Diferente da tempestade elétrica da paixão é o sentimento que sobrevive e se aprofunda ao longo do tempo de convívio. Este parece cada vez mais ser privilégio de poucos pares: a duradoura felicidade conjugal.

     Casamentos já são difíceis neste mundo onde tudo se descarta, inclusive as pessoas; casamentos duradouros, cada vez mais raros. Mas, esses casamentos que vão até que a morte separe serão sempre modelos de felicidade? Um olhar atento permite identificar que muitos casais longevos não se apresentam como exemplos de felicidade: semblantes tristes, fechados; poucas conversas, raros carinhos denotam relações que se perderam nas agruras do convívio diário. Relações amarradas em celebrações de festivas bodas, sobreviventes dos vários naufrágios de decepções, mas que azedaram ao efeito do tempo, se tornaram parcerias ranzinzas, convívios amargos. Relações duradouras podem ser saborosamente doces ou se revelarem azedas, envelhecidas em lamúrias, exemplos de infelicidade crônica irreversível.

     Outra é a história dos casais felizes, cuja relação só melhora ao longo do tempo. Que especiais são os relacionamentos que se aprimoram com o passar da vida, ajustando seu compasso um ao outro. Há fórmula para se alcançar a benção de passar a vida em boa companhia? Por certo não existe uma receita, mas se pode observar que são mais felizes no casamento – e na vida em geral - as pessoas capazes de sentir alegria com a alegria do outro; os que partilham ; os que toleram, que desenvolvem uma relação altruísta, de busca do bem estar do parceiro ou da parceira. Essas ficam mais protegidas das decepções e amealham ao longo dos anos uma relação de mútuo respeito e consideração. A plenitude, o bem estar se conquista na medida exata em que se vive para oferecer ao outro o melhor de si mesmo e se desenvolve maior tolerância com os erros alheios. Esse jeito de ser e agir promove a química do altruísmo e esta é a fórmula mais segura de alcançar a felicidade serena e duradoura, no casamento ou fora dele.

*Aveline, Carlos Cardoso – O casal como centro da civilização: http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=270

Publicada Jornal Agora - Caderno Mulher  - 12/06/2010